G-O-R-D-A. Cinco letrinhas aleatórias que quando colocadas nessa ordem
formam a palavra que até pouco tempo atrás me aterrorizava. A palavra
que minha família me ensinou desde criança que era uma coisa ruim e que,
consequentemente, me transformava em uma coisa ruim. A palavra que
quando dirigida a mim em alto e bom som no meio da rua (em tom de
humilhação) me fazia chorar compulsivamente. A palavra que não me
permitia sair na rua de shorts e blusas cavadas ou justas sem ter um
ataque de pânico - afinal, minhas pernas são grossas demais, meus braços
são grandes demais e a barriga então, nem se fala! - com a sensação de
que todos me apunhalavam com aqueles olhos-de-censura… Apenas por eu ser
quem sou.
Quando arranquei minha roupa despertei essa FÊMEA existente, a LOBA, amei o meu corpo como ele é.
Arranquei as roupas e fiquei NUA DE MIM MESMA !
Meus peitos, minha bunda, minhas estrias são as marcas daquilo que de fato EU SOU, Uma MULHER de verdade.
Deixei de me reduzir a um simples ponteiro de balança, e percebi que meu
carater ou minhas qualidades não se medem pela quantidade de celulite
na minha bunda.
Deixei de ser a louca que conta calorias e bota tudo na conta do 'não
posso', parei de me maltratar me achando feia, só pq não conseguiu
ficar igual a moça da TV.
G-O-R-D-A. Hoje são cinco letrinhas que descrevem uma das minhas muitas
individualidades. E por ser individualidade não faz sentido que seja
comparada a nada nem a ninguém!
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