Nietzsche e as tartarugas


Elas são quelônios de vida mansa e aparência engraçada, mas, não importa a sua classificação ou nomenclatura, todo mundo chama simplesmente de tartaruga.
Comigo a coisa é parecida: não importam as minhas qualidades, em todo lugar que vou, todo mundo só enxerga a garota estranha!
Quando paro pra pensar, percebo que (eu e as tartarugas) temos muito mais em comum do que o obvio sugere: além de sermos lerdas e pesadas, temos  um humor peculiar, apesar de vivermos em bando, nos viramos muito bem sozinhas e gostamos de filosofia.
“Ninguém, exceto tu, só tu pode construir em teu lugar as pontes necessárias para atravessar o rio da vida”, quase ninguém sabe, mas, Nietzsche, o filósofo, também escreveu para as tartarugas, pois, quem, além delas, para desbravar os tortuosos caminhos da praia e chegar segura até o mar?
As tartarugas também são muito mais espertas que os seres humanos: enquanto eu sofro de mau humor matinal, ela (a Gioconda, minha tartaruga de personalidade forte) nem se dá ao trabalho de acordar para aturar esse mundo cruel, que faz questão de destratá-la sempre, chamando-a de cagádo, errando propositalmente seu nome e fazendo graça.
Mas, nós, as tartarugas, continuamos impassíveis e não nos importamos.
Poderia fazer uma lista enorme de qualidades tartarugais, mas, o importante mesmo a se saber é que ninguém deve levar em consideração a aparência de uma tartaruga em detrimento de suas capacidades.
Porque nós somos assim: duronas por fora, mas, molinhas por dentro!

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